Oi! Que bom que você veio até o blog!
O nome veio da alusão a famosa obra de Aldous
Huxley, Brave New World, que
por sinal é também o nome do meu álbum favorito do Iron Maiden.
Até aqui, nós já temos dois fatos definidos sobre
este blog: eu não sei como você chegou nesta página; também não sei o que acha
dela.
Tipo estranho de introdução, não é?
Só para quem vê de fora. O que, no meu caso, é
praticamente todo mundo. Aliás, esse é objetivo do blog: fazer com que
esse tipo de dúvida, logo assim de cara, não surpreenda as pessoas com quem
convivo, porque eu passo mais tempo com as dúvidas do que com as pessoas.
Essas duas perguntas preenchem o meu dia
inteiro, me corroem, me tiram o sono. Você deve se perguntar o motivo, já que o
blog é tão recente, e tudo bem, eu respondo - não é sobre o blog. É sobre tudo
em mim e tudo o que há em torno. É sobre o como levanto da cama de manhã, sobre
como caminho até o ponto de ônibus, sobre como levo a caneca de café até a
boca, sobre o como beijo meu namorado e, principalmente, como eu converso com
você.
As dúvidas estão em toda parte, e eu não sei o
que fazer para as calar. Não consigo só chegar a sala de aula sem antes pensar
em fuzilar todas pessoas que me fuzilam com seus olhares. E mesmo que por
milagre seja tudo fruto da minha imaginação, essa não é uma boa hora para ser
uma pessoa criativa. Você cria um monstro que faz perguntas e ele tem o rosto
de todos os desconhecidos na rua, de todos os colegas de trabalho, professores
e até da sua família. Um monstro hostil que sabe o dizer para dilacerar você.
Um monstro que te faz lembrar, a cada fração de segundo, dessas duas simples
perguntas: o que você está fazendo perto de mim e o que você acha que eu tenho
que melhorar agora?
Faz algumas semanas que eu mudei umas coisas em mim.
Primeiro, o meu cabelo. Pintei de ruivo e me achei maravilhosa assim. Eu
comecei a chamar mais atenção,e com isso o número de olhares que eu recebia ao
andar no centro da cidade triplicaram. Essa não é uma notícia boa. Eu nunca
reconheço os olhares como bons, são sempre uma porta de entrada para uma nova
crise. As pessoas começaram a olhar cada vez mais para mim e eu só conseguia
pensar no como eu tinha engordado, como meu cabelo estava seco, em como eu
deveria usar mais maquiagem, em como minha roupa era ruim.
Em segundo lugar, alguns hábitos. Quase nunca
consigo ler mais, não tenho mais saco para ver seriados, jogos online me
entediam depois da terceira partida. E em terceiro, eu comecei a frequentar um
psicólogo. Não sei se foi minha melhor história. Logo na avaliação, a psicóloga
me disse que eu estava sofrendo de algumas coisinhas. Não gostei nada disso.
Suas coisinhas se chamavam depressão, ansiedade e síndrome do pânico.
Eu não sei como isso vai soar para você e estou
me esforçando para não pensar nisso agora. Talvez você diga que isso é bobeira
e até que isso é um novo modismo - o que eu disse foi que não era nenhuma
surpresa.
Eu me expus dessa maneira para poucas pessoas. Minha
chefe, que precisava saber o que tinha causado tanta desatenção; meus
professores, para que não reprovasse por faltas; meu namorado, para que
entendesse o de onde vinha todo aquele choro; e minha mãe, que queria saber o
porque eu não ia mais sair com as minhas amigas. A reposta foi simples: tinha
me afastado delas meses antes, para que não se afetassem e não me afetassem
quando algo não saia como eu esperava. Não funcionou: a ausência me fez piorar.
Todas as vezes que me mostrei dessa maneira, pude me
sentir melhor, mesmo com críticas. É muito difícil para mim falar dessas
coisas, principalmente abertamente em um blog. Mas é por isso que eu tenho que
fazer.
Eu fiz esse blog para tentar ficar melhor. Fiz para
dar uma justificativa a todo mundo que já se sentiu desconfortável e até
pressionado perto de mim. Fiz esse blog para você que precisa e que quer lidar
comigo da melhor maneira possível, mas não sabe como se aproximar. Fiz esse
blog para mostrar que eu não desisto facilmente, que eu posso ser melhor que
isso, que não é minha culpa estar mais fraca, que meu orgulho não me
impede de pedir ajuda.
Talvez escrever essas coisas não signifique nada de
revolucionário para você.
Para mim, sim. Escrever é um ato de coragem.
Para fechar a introdução, deixo a minha música favorita do Brave New World.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Oi! Obrigado por vir comentar! Sem "segue de volta", tá?
Eu SEMPRE respondo os comentários. Alguns levam um tempinho, mas respondo. Marque "notifique-me" quando quiser saber minha resposta! <3
Para adicionar esses emotions fofinhos no box acima, é só colocar o código deles (ao lado da imagem de cada um). Não é necessário usar (), nem <>, nem nada assim. Apenas digite. Se tiver dúvidas, tente e clique em visualizar.